18/03/2009

No fim nós sempre teremos Paris

15h38 - eu vou ao banheiro escovar os dentes
15h40 - falta luz na firma.
Pensa numa pessoa que escova a cara e não apenas os dentes, num banheiro breu e sem água (na firma, quando falta luz falta água na torneira, não me pergunte por quê). Então, fiquei tentando cuspir toda a pasta da boca, sai do banheiro e fui até à copa, ao lado, buscar um copinho de água, é claro que na minha vida não pode faltar drama (até qdo eu só pretendo escovar os dentes), e eu dei de cara com o diretor de publicidade. Assim, com a cara cheia de pasta escorrendo pelos braços e um guardanapo todo picotado meio grudado no queixo. Taí um momento de puro glamour.

16h - O Clô morreu e eu até chorei (é tpm, lógico) ouvindo a musiquinha do Elton John, que sempre toca quando alguém glamouroso morre. Mas aproveito pra registrar aqui que quero essa música no meu velório, daqui a 120 anos. Povo de preto e a musiquinha da princesa Diana.
Acho chic.

17h - Dilúvio em SP. Caos, terror, raiva, enchente. E eu de minissaia e rasteira. Odeio aquele povo que aparece de repente de bota, calça, galocha. Que gente é essa que descobre como vai ser o tempo durante o dia? Que gente é essa que sai de casa cedo, num mega sol, de galocha e blusa de manga? Será que elas levam tudo na bolsa ou deixam no armário da firma? Que gente é essa tão preparada para um tornado? Preguiça.

19h - Fila de cinco dias na ponte orca. Pessoas paradas, embaixo de chuva, como se estivessem na fila da rosquinha. Eita povo sem iniciativa. Cadê a revolta minha gente? Cadê a indignação. Vamô quebrar tudo. Que nada, o povo ficou lá, paciente, batendo papo na fila de 10 km. Eu corri atrás de um táxi. Quando estava saindo, já pensando em morrer com trintão, aparece um moço otemo, olha pela janelinha e pergunta: "moça, você está indo pra vila madalena? posso ir com você e a gente divide?. Opa, claro, entra aí. Suspiros de um dia intenso.

Pois é, no fim nós sempre teremos Paris.

11/03/2009

A carambola

Me sinto naquele programa do Silvio Santos:
- Você troca sua bicicleta por uma cesta de carambola?
- Siiim.

Pra mim a cesta de carambola seria o supra sumo da felicidade. Eu não quero a bicicleta, eu quero a cesta de carambola e pode até ser murcha e passada, não tem problema, eu quero a carambola.

A bicicleta é bonita, funcional, poderosa, uma coisa de atleta. A bicicleta agrada, tem uma cestinha cheia de flores. Mas a carambola é fresquinha, azedinha e doce na medida, refrescante, tem sabor de férias e formato de estrela. A carambola é o meu amor.

Eu ainda amo. Eu amo muito mais. Eu sinto saudades. Eu sinto uma falta que esmaga o meu coração. Eu choro e ele também. Eu sofro e ele também. Eu desejo uma palavra que torne tudo possível e ele também. Mas a vida não é filme e nem sempre o final é feliz.

O Silvio Santos insistiu e eu aceitei a bicicleta, mas continuo desejando a carambola.

03/03/2009

Caraio, que calor

Quando tá um calor dus infernus você precisa tomar cerveja ou tomar banho, o tempo todo. Não dá pra trabalhar, não dá pra dormir, não dá pra dá. Não dá. Tá muito calor. Repito, tá um calor dus infernus. E o calor aumenta 11% o risco de ter infarto, tá no jornal. Medo!
Eu tenho tomado muita cerveja, sábado mesmo bebi até às 7 da manhã... estava num lugar porão underground cheio de negão, negonas, branquelos, pobres, ricos, amarelos e me diverti horrores mesmo suando em bicas - adoro essa coisa desglamurada de ser. Mais cedo me diverti pacas no chá de bebê da glossete: bolinho, cachorro quente e um coro de modess de teta (absorvente de seios, como a moça prefere chamar o modess de teta)... nessa vida nada como ter amigos parceiros na tristeza, no calor e na alegria e dá-lhe cerveja!

Aliás, estou animada.
Aliás, o amor não acaba e ainda dedica uma canção.